segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Alterações Climáticas?Qual será a opinião dos Corvinos?

A SPEA está a realizar conjuntamente com a Universidade dos Açores e o CSIC (Conselho Superior de Investigações Científicas, Espanha) um estudo para conhecer a percepção dos corvinos sobre as alterações climáticas.

Nos últimos 100 anos a temperatura do planeta tem aumentado cerca de 0.85ºC. Os cientistas relacionam este aumento de temperatura com a emissão de gases de efeito estufa, que provém essencialmente da queima de combustíveis fósseis, da pecuária, da agricultura e do corte de florestas do planeta.

As previsões sugerem que um aumento de 2º C em relação à temperatura na era pré-industrial, poderá ter consequências perigosas e, eventualmente, catastróficas. Com base nesta informação pretende-se saber qual a opinião dos corvinos sobre os efeitos destes eventos catastróficos, tais como períodos de chuvas e ventos intensos, aumento das secas, efeito do degelo da calota polar, aumento do nível do mar, erosão costeira, alteração das correntes marinhas com efeito nas pescas, deslocação de doenças tropicais para locais em que não estavam presentes e desaparecimento ou dispersão de espécies de flora e fauna (https://ec.europa.eu/clima/change).

Sendo o Corvo uma ilha tão pequena onde atividades como a pecuária, a agricultura e as pescas ainda têm um papel importante na economia da ilha, é essencial saber como lidarão com o aumento de fenómenos naturais mais extremos, ou se tais efeitos serão ou não prejudiciais para a população?
Inquérito realizado na ilha do Corvo sobre a percepção dos corvinos sobre as alterações climáticas

O conhecimento da tendência das alterações climáticas é fundamental para definir uma estratégia de ação e implementação de medidas de prevenção ou mitigação, a nível regional está a ser definido o Plano Regional para as Alterações Climáticas.

No entanto, todos nós podemos contribuir com uma parte na mitigação dos efeitos que alteram negativamente o Planeta. Lembre-se: reduza, reutilize e recicle os materiais não biodegradáveis, poupe água e faça um uso sustentável da energia. Gestos que são um pequeno passo para si…mas uma grande ajuda para a preservação do Planeta.


Terras do Priolo em destaque no Parlamento Europeu

Decorreu no passado dia 7 de Dezembro a cerimónia de entrega dos galardões da Carta Europeia de Turismo Sustentável (CETS) na qual as Terras do Priolo renovaram este reconhecimento.

Este galardão premeia o esforço conjunto desenvolvido desde 2011 por várias entidades regionais, locais e privadas, empresas turísticas e indivíduos dos municípios de Nordeste e Povoação no sentido de desenvolver um turismo que aproveite os seus valores naturais e culturais, promovendo uma experiência única e autentica e garantindo o efeito positivo na qualidade de vida da população local.

Na cerimónia de entrega dos galardões CETS o caso de estudo das Terras do Priolo foi apresentado como um exemplo de ligação entre a conservação da biodiversidade, o turismo e o desenvolvimento sustentável.

O exemplo das Terras do Priolo demonstra que a conservação da biodiversidade pode proporcionar excelentes oportunidades para promover o desenvolvimento socioeconómico de comunidades rurais isoladas, através do turismo e a valorização dos recursos endógenos. Neste caso, em simultâneo com a melhoria do estatuto de conservação do Priolo, ave ameaçada única de este território, e o restauro de mais de 500 hectares de vários habitats prioritários, foi possível envolver 11 entidades públicas e privadas e 51 empresas privadas na promoção conjunta de um território que fornece a quem o visita um património natural único, um laboratório de conservação da natureza e um património cultural autentico e vivo.




Parabéns pelo galardão a todos os participantes na sua obtenção: Parque Natural de Ilha de São Miguel | Direção Regional do Ambiente, Direção Regional dos Recursos Florestais, Direção Regional do Turismo, Câmara Municipal de Nordeste, Câmara Municipal da Povoação, Associação de Turismo dos Açores, Geoparque Açores, Observatório Microbiano dos Açores, Azorina - Sociedade gestão ambiental e conservação natureza S.A., Associação para o Desenvolvimento Local do Nordeste (ADLN) e Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).  Mas também as 51 empresas parceiras da Marca Priolo e todos os participantes nos Fóruns para a criação da Estratégia e o Plano de Ação.

Após a receção do galardão, e nos próximos 5 anos, será o momento de implementar as 77 ações que fazem parte do Plano de Ação da CETS e que pretendem contribuir para melhorar a sustentabilidade ambiental, económica e social do turismo nas Terras do Priolo.

Saiba mais sobre o território, as ações propostas, os parceiros e como participar...
http://www.azores.gov.pt/GRA/srrn-cets

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Populações de não-me-esqueças alvo de estudo no Grupo Ocidental

A SPEA está a colaborar com o CIBIO-InBIO, do departamento de Biologia da Universidade dos Açores, num estudo para avaliar o estado de conservação das populações de não-me-esqueças, Myosotis azorica e Myosotis marítima, através do estudo genético das populações que existem para comprovar a variabilidade genética entre as diferentes populações e com esta informação  desenvolver as medidas de conservação necessárias para protegê-las.   

Sergio de Tomás Marín numa das fases de extração do ADN
Foto: Tiago Menezes.

Ambas as espécies são endemismos dos Açores, sendo a M. azorica endémica do Grupo Ocidental é uma espécie rara com muitos poucos indivíduos que caso não sejam tomadas medidas de conservação como a produção e transplantação para o habitat natural levada a cabo pela SPEA, com o apoio do Parque Natural de ilha e da Câmara Municipal do Corvo, na ilha do Corvo  desde 2015, pode levar ao desaparecimento das populações naturais, que estão sujeitas à erosão das falésias em que se encontram e da herbívoria por cabras e ovelhas assilvestradas.

Myosotis azorica na ilha do Corvo
Foto: T.Pipa
Para terminar fica ainda um agradecimento ao Parque Natural da ilha das Flores pelo apoio dado na recolha de amostras na ilha.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

LuMinAves: do Corvo a Santa Maria

Um dos pilares do projecto LuMinAves assenta em melhorar o conhecimento sobre as populações de aves marinhas, nomeadamente em actualizar as estimativas da abundância de roque-de-castro Hydrobates castro através da colocação de unidades de gravação automáticas, uma vez que o número de vocalizações está correlacionado com o número de ninhos, e consequentemente obtemos o número de casais reprodutores. Estas unidades de gravação tem vindo a ser colocadas em ilhéus das Flores, de Santa Maria, Graciosa e no ilhéu de Vila Franca do Campo, São Miguel.

Substituição ARU nas Flores
Foto: Carlos Silva

Além da monitorização do sucesso reprodutor da ave marinha mais abundante dos Açores e que maior encandeamento sofre por parte das luzes artificiais, o Cagarro Calonectris borealis, no ilhéu de Vila Franca do Campo, Nordeste e Corvo.

Monitorização do sucesso reprodutor na ilha do Corvo
Foto: T.Pipa

E a transposição de juvenis de Cagarro para a Reserva Biológica do Corvo com o intuito de que voltem dentro de 6-7 anos para ocupar esta área livre de predadores.

Juvenil de Cagarro transposto para a Reserva Biológica do Corvo
Foto: Bárbara Ambrós

No âmbito destes trabalhos tem ainda sido realizadas várias ações de sensibilização e educação ambiental que estão integradas no pilar da divulgação, dando conhecer os trabalhos aos jovens corvinos (3 ações, com 40 participantes), micaelenses (3 ações, 44 participantes) e graciosenses (1 ação, 17 participantes), infelizmente as condições climatéricas impediram-nos de permanecer o período necessário na ilha de Santa Maria e na ilha das Flores para realizar estas actividades que foram adiadas para uma data posterior.


Ações de Educação Ambiental no âmbito do LuMinAves no Corvo
Foto: Sérgio Marín
O projecto no qual a Campanha SOS Cagarro foi inserida este ano foi ainda apresentado no Corvo ao Parque Natural de ilha (6 participantes) e ainda aos parceiros da Campanha (11 participantes), como forma de não só dar a conhecer o projecto mas também com o intuito de melhorar a rede de recolha e salvamento de juvenis encandeados.

Apresentação do projecto ao Parque Natural de ilha do Corvo
Foto: Linton Câmara



quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

SPEA discute na DRRF o novo regime jurídico da caça nos Açores

A SPEA foi recebida no passado dia 4 de dezembro na Direção Regional dos Recursos Florestais (DRRF), para discussão do novo regime jurídico dos recursos cinegéticos e exercício da caça. 

Foram expostos argumentos por ambas as entidades relativos aos vários pontos levantados publicamente pela SPEA. A DRRF ofereceu garantias de que as galinholas e narcejas são monitorizadas regularmente e as suas populações se encontram estáveis nos Açores, e concordou com a importância de publicar anualmente no seu websiteos resultados dos censos dessas populações, bem como das estatísticas de abates. 

Relativamente aos outros pontos, existiu um reposicionamento da SPEA quanto à prática da cetraria no arquipélago, todavia a DRRF não considera necessário mexer na legislação no que diz respeito à caça aos patos, à utilização de furão, à caça junto aos trilhos pedestres ou até mesmo no uso de munições de chumbo, que constitui um problema ambiental e de saúde pública confirmado pela Agência Europeia dos Produtos Químicos. 

 
Foto: GaCS/DRRF

A SPEA espera que em próximas revisões da legislação possa haver abertura para considerar estes aspetos, mas reconhece a importância de discutir estes temas com a administração regional, e considera que todos os passos são importantes, desde que tomadosem prol de uma atividade cinegética mais sustentável.

O parecer da SPEA sobre a Proposta de Decreto Legislativo Regional n.º 6/XI – “Aprova o novo regime jurídico da gestão dos recursos cinegéticos e do exercício da caça na Região Autónoma dos Açores” pode ser consultado em: http://www.spea.pt/fotos/editor2/parecer_spea_propostadlrno6_xi_spea.pdf

MISTIC SEAS II: conhecimento local para uma melhor implementação da DQEM

No passado dia 21 de Novembro a SPEA foi convidada pela Fundo Regional de Ciência e Tecnologia como entidade coordenadora para apresentar o projecto MISTIC SEAS II  e os trabalhos desenvolvidos até ao momento a representantes da Direção-Geral da Política Europeia relativa às Regiões e Cidades, nas instalações do NONAGON. Esta foi uma oportunidade para dar a conhecer o que tem sido feito na região no que concerne à implementação das metodologias para avaliar a biodiversidade na Macaronésia, assente nos três grupos funcionais, tartarugas marinhas, mamíferos marinhas e particularmente nesta apresentação, as aves marinhas no âmbito do 2º ciclo da Directiva Quadro Estratégia Marinha e  que decorrem desde Março de 2017 a Março de 2019.

Apresentação do projecto MISTIC SEAS II a comitiva da DG REGIO
O projecto é co-financiado pela Comissão Europeia e tem ainda como parceiros  Direcção Regional de Assuntos do Mar (Governo Regional dos Açores, Portugal); Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais (Governo Regional da Madeira, Portugal); Direcção-Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (Ministério do Mar, Governo de Portugal; a Direcção-Geral da Sustentabilidade da Costa e do Mar, e a Fundação Biodiversidade (Ministério da Agricultura e Pescas, Alimentação e Ambiente, Governo da Espanha); Direção Geral de Proteção do Meio Ambiente Natural (Governo das Canárias, Espanha); Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação e da Tecnologia e Inovação (Madeira, Portugal); e o Instituto Espanhol de Oceanografia (Espanha), uma vez que a preservação da Macaronésia é uma responsabilidade conjunta de Portugal e Espanha e segue as metodologias desenvolvidas no projecto MISTIC SEAS I que recentemente foi galardoado com o prémio Atlantic Project Awards.

Galardão "Atlantic project award"recebido pelo projecto MISTIC SEAS I

Foi ainda fomentada a importância da colaboração das entidades regionais em projectos internacionais, uma vez que o conhecimento profundo, os pontos de vista únicos e a forte rede local das entidades regionais é uma mais-valia para a melhor implementação dos projectos, assim como, lhes permitem partilhar experiências essenciais para contribuir para um aumento de conhecimento das próprias entidades regionais e consequentemente para a região.

De ressalvar ainda a importância da educação ambiental e divulgação dos trabalhos para o público em geral, uma vez que, e parafraseando Carlos Slim, "...a maioria das pessoas tenta criar um Mundo melhor para as crianças, quando na realidade devemos criar melhores crianças para o Mundo".