quarta-feira, 24 de junho de 2015

Painho-de-monteiro no Ilhéu de Baixo

Os trabalhos de avaliação da população de painho-de-monteiro Hydrobates monteiroi no ilhéu de Baixo, Graciosa, decorreram nos últimos dias. Estes trabalhos decorrem em paralelo ao projecto LIFE EuroSAP que pretende avaliar a situação actual para esta espécie endémica da Graciosa, entre outras espécies europeias, e obter um plano de acção para a sua conservação. 

Hydrobates monteiroi

No total foram anilhados 126 indivíduos de painho-de-monteiro e foram recapturados 8 exemplares de anos anteriores. Além do painho-de-monteiro a equipa teve a oportunidade de observar a possível nidificação da alma-negra Bulweria bulwerii, através da vocalização de 3 aves e pela observação de um casal no ninho, para além da captura de 8 indivíduos.


Bulweria bulwerii

Foi ainda colocado um ARU (sistema de gravação automático) que permite calibrar metodologias para obter uma melhor estimativa da população nidificante no ilhéu através das vocalizações, como já foi efectuado com a população de cagarros Calonectris borealis na ilha do Corvo.




Houve ainda tempo para proceder à limpeza e monitorização dos 50 ninhos artificiais colocados no âmbito do projecto Painho-de-monteiro fase I financiado pelo programa Preventing Exctintions da Birdlife International.


Para terminar deixamos mais uma vez um Obrigado a todos os que nos tem apoiado nos trabalhos, em particular ao Parque Natural da Graciosa, que como sempre é fundamental para o sucesso dos trabalhos.






quarta-feira, 17 de junho de 2015

Corvo de visita ao Ilhéu de Vila Franca do Campo

A equipa de minivoleibol do Clube Desportivo Escolar do Corvo visitou o Ilhéu de Vila Franca do Campo. Desta equipa fazem parte os alunos da Escola Básica e Secundária Mouzinho da Silveira que estão inseridos no Programa de Educação Ambiental que a SPEA desenvolve mensalmente no Clube do Ambiente desde 2010 no âmbito do Projecto LIFE "Ilhas Santuário para as Aves Marinhas" e agora no Plano de Acção pós-projecto. O ilhéu foi e é outra das áreas de intervenção deste projecto para além da Reserva Biológica e da Reserva Biológica de Altitude no Corvo. 


    


Os alunos conheceram assim a outra área de intervenção do projecto, nomeadamente os 1,35 ha onde decorrem as acções de conservação, a recuperação de habitat através do controlo manual da cana Arundo donax (a espécie invasora mais predominante do ilhéu); a plantação de mais de 12 000 plantas nativas como a urze Erica azorica, faia-da-terra Myrica faya, Euphorbia azorica e vidália Azorina vidalii; os 150 ninhos artificiais para aves marinhas, cagarro Calonectris borealis (estimativa populacional a rondar os 800 indivíduos), frulho Puffinus iherminieri e o roque-de-castro Hydrobates castro entre outras, foram a temática da visita, para além da história do ilhéu. 





No final a equipa pôde ainda aproveitar o ilhéu como espaço balnear e dar uns mergulhos. A visita foi uma oportunidade única já que apenas uma das alunas conhecia o ilhéu mas não a área de intervenção permitindo assim, que conhecessem na prática uma área da qual apenas tinham ouvido falar. Fica um agradecimento ao Clube Naval de Vila Franca, assim como, ao vigilante da natureza que possibilitaram a visita e ainda ao Internacional Vólei Açores pelo transporte.



terça-feira, 16 de junho de 2015

Percurso pedestre em Terras do Priolo


Realizou-se no fim de semana passado, no dia 13 de junho, o percurso pedestre por Terras do Priolo com 8 participantes. Esta atividade, dinamizada pela SPEA, teve início na Lombada Fazenda onde o grupo se encontrou e daí partiu à descoberta do património natural e não só das Terras do Priolo.

Este foi um percurso pequeno que passou por vários tipos de habitat desde os mais costeiros no caso do miradouro do pelado e mais humanizados como o parque de merendas da Morgada. Durante esta atividade, foi feita referência aos tipos de vegetação que se foram observando desde a vegetação natural até às espécies de plantas exóticas e invasoras e todos ficaram sensibilizados para o problema da destruição da vegetação natural dos Açores, tendo sido feito um paralelo com a floresta Laurissilva dos Açores e a que existe na Madeira.


O priolo também foi falado e muito embora alguns participantes desejassem ver o priolo durante o percurso isto seria muito difícil visto que é uma espécie que pode ser encontrada, maioritariamente, em áreas de maior altitude e que não teria muito alimento disponível nestas áreas mais costeiras.

A SPEA agradece a participação e espera encontrar-vos numa próxima atividade.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Aves marinhas no Dia da Criança no Corvo

No dia 30 e pelo segundo ano consecutivo colaboramos com a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens para dinamizar o Dia da Criança. Este ano crianças e jovens tiveram a oportunidade de pintar telas que estão em exposição no Centro de Dia, no Corvo, no dia 11 e 12, encerrando também a Campanha Entre-Mares no Corvo no dia 11. 




As telas são desenhos da autoria da nossa colega Barbara Ambros das 9 espécies de aves marinhas nidificantes nos Açores, nomeadamente a gaivota de patas amarelas Larus michaellis atlantis, o cagarro Calonectris borealis, o estapagado Puffinus puffinus, o frulho Puffinus iherminieri, a alma-negra Bulweria bulwerii, o painho-de-monteiro Hydrobates monteiroi, o roque-de-castro Hydrobates castro, o garajau-comum Sterna hirundo, e o garajau-rosado Sterna dougallii. Ficam algumas imagens para aqueles que não terão a oportunidade de apreciar ao vivo as "obras de arte" dos pequenos corvinos, alguns com apenas 5 anos. 



Um muito Obrigada aos artistas, Nádia Cabeceira, Igor Pedras, Ana Rita Machado, Tanea e Sara Sacramento, Raquel Valadão, Ana Martins, Maria Inês Silva, Lara Reis, Leonardo Azevedo e Costa, José Pedro Mendonça, Rodrigo e Orlando Rosa e Clara Lindo.


Monitorizações no Anel da Princesa

Os trabalhos de monitorização do Plano de Acção Pós-LIFE "Ilhas Santuário para as Aves Marinhas" no Anel da Princesa (Ilhéu de Vila Franca do Campo) continuam. Desta vez decorreu a monitorização da população de cagarros Calonectris borealis, onde uma equipa da SPEA com a ajuda de alguns voluntários realizou sessões de anilhagem para marcação e recaptura de modo a obter um censo da população nidificante do ilhéu. No total foram anilhados 128 indivíduos e recapturados 39 dos anos anteriores no decorrer do projecto.





Além desta acção foram ainda monitorizados 227 ninhos para verificar o sucesso reprodutor e ajudar a estimar a população nidificante, correspondendo à parte norte do ilhéu. A restante área será monitorizada posteriormente, já que a chuva não impediu mas dificultou e atrasou os trabalhos de monitorização dos ninhos.



Houve ainda tempo para um controlo manual das espécies invasoras, nomeadamente a cana e a Agave americana. Esta primeira tem rápidos crescimentos e bloqueia o acesso dos cagarros aos seus ninhos. Esta ação contou com 16 elementos da equipa de campo da SPEA. Foi também atualizada a inventariação dos pés de vinha que marcam a utilização agrícola que o ilhéu já teve no passado.

No decorrer dos trabalhos foi possível também sensibilizar alguns turistas que se encontravam em visita ao ilhéu, esta é uma forma essencial de mostrar e consciencializar a população para os trabalhos desenvolvidos e a sua importância para preservar o Anel da Princesa e as espécies que fazem dele a sua casa.



As acções decorreram como sempre com o apoio do Clube Naval de Vila Franca e claro está dos voluntários que contribuíram para o sucesso das acções, assim como, adquiriram alguma experiência de campo com aves marinhas e nas acções de recuperação de habitat do ilhéu.



Estas acções têm vindo a contribuir para a recuperação do Anel da Princesa e restaurar o seu estatuto de "santuário para as aves marinhas".

terça-feira, 9 de junho de 2015

Plantação de nativas na Reserva Biológica de Altitude 2015

As acções do Pós-Life "Ilhas Santuário para as aves marinhas" continuam a decorrer como planeado, nomeadamente a recuperação de habitat da Reserva Biológica de Altitude, uma área situada no baldio e que tem vindo a ser recuperada com a plantação de nativas desde o projecto, onde até ao momento já foram plantadas 4122 nativas.

Urzes Erica azorica com 3 anos.

Este ano foram plantadas mais 322 nativas na Reserva Biológica de Altitude, nomeadamente sanguinhos Frangula azorica (114 produzidos este ano no estufim instalado na Escola Básica e Secundária Mouzinho da Silveira e 44 fornecidas pelo Parque Natural de ilha, assim como, 107 uvas-da-serra Vaccinium cylindranceum e 57 cedros-do-mato Juniperus brevifolia



Foram ainda retiradas as medidas dos sanguinhos produzidos no estufim para posterior seguimento do seu desenvolvimento.Esta acção teve o apoio dos serviços agrícolas, das obras públicas e do parque natural de ilha, no transporte das plantas para a reserva.

Frangula azorica produzido no estufim da EBSMS







Libertação de frulhos no Corvo

No passado dia 8 foram salvos e libertos 2 juvenis de frulho Puffinus iherminieri na Vila do Corvo. O frulho é uma ave marinha da família dos Cagarros Calonectris borealis mas mais pequeno, com plumagem preta no dorso e branca no ventre, até acima do olho, patas e bicos azulados e que nidifica de Dezembro a Maio/Junho, com os juvenis a abandonarem o ninho precisamente no final de Maio/início de Junho nos Açores, à excepção da ilha Terceira, provavelmente por ser difícil de detectar. 



Esta espécie distribui-se ao largo dos Açores e tal como, o cagarro as suas principais ameaças são a destruição habitat e os predadores introduzidos como o gato e o rato.


Fica mais uma vez um Obrigado aos voluntários no Corvo que salvaram estes juvenis! 

domingo, 7 de junho de 2015

SPEA participa em mais um Dia da ECO ESCOLA na Povoação

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) participou através do Centro Ambiental do Priolo na organização da III edição do Dia ECO Escolas da EBS da Povoação. Esta envolveu mais de quatro centenas de alunos, desde o pré-escolar, 1º, 2º, 3º ciclos e Secundário e Professores coordenadores da Escola Secundária Domingos Rebelo, Secundária das Laranjeiras e Escola Básica 2,3/JI das Furnas que apresentaram e promoveram a arte regional, partilha de conhecimentos, técnicas e ideias.

Este dia comemorou-se através de várias atividades que decorreram nos dias 4 e 5 de junho e que encheram a Vila da Povoação com animação e muitas crianças. Esta iniciativa da responsabilidade da Coordenadora do Projeto ECO Escolas, Fátima Costa, reuniu diversas entidades que se juntaram para promover atividades pedagógicas e onde se podem contar um seminário promovido pela SPEA – “Água, um recurso essencial à vida”, “Lixo no mar”, “Turfeiras, um recurso fundamental”; Colóquios: “Biodiversidade Marinha: Cetáceos” – Picos de Aventura; OMIC – “Água limpa e Nascentes Termais de Furnas”; Museu Móvel Carlos Machado – “História Natural” e “Oficina de jardinagem”; apresentação de workshops/ateliers pelos convidados e coordenadores das Escolas Secundárias Domingos Rebelo e Laranjeiras, com a exploração e criação de eco candeeiros e ecopontos; Professor de educação visual e tecnológica das Furnas com a construção de paus de chuva, entre outros.

Os técnicos da SPEA que estiveram presentes no auditório da Povoação foram ainda presenteados pela simpatia e boa disposição de uma turma dos mais jovens da Povoação, vestidos a rigor!

A SPEA dá os parabéns à instituição e coordenadora responsável por mais esta iniciativa de valor e também pelo trabalho desenvolvido em prol da sensibilização da ambiental dos seus alunos e agradece o convite que lhe foi endereçado para participar na organização deste evento.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Mamíferos marinhos: a história continua

No seguimento do ano anterior onde os alunos da EBSMS e do Jardim de Infância "Planeta Azul" conheceram e aprenderam sobre os mamíferos marinhos, nomeadamente a ordem Cetacea, com os Misticetos e Odontocetos que se deslocam pelas águas açoreanas a serem o ponto de interesse. 

Este ano a história continuou com os restantes mamíferos marinhos como foco e onde algumas espécies foram representantes das seguintes ordens, Carnivora (família Ursidae; família Mustelidae; família Phocidae, focas e elefantes marinhos, Otariidae, leões e lobos marinhos e Odobenidae, morsas, as três últimas também designadas de pinípedes) e por fim, a ordem Sirenia (família Dugongidae, dugongos e Trichechidade, manatins).






O outro lado do Tubarão

Em Maio foi a vez dos alunos do 1º, 2º e 3º ciclo da EBSMS e do Jardim de Infância Planeta Azul aprenderem e conhecerem mais sobre algumas das espécies de tubarões que existem nas nossas águas. Desde o tubarão azul ou tintureira Prionace glauca, ao tubarão martelo Sphyrna sp., ao imponente tubarão branco Carcharodon carcharias, ao veloz anequim Isurus oxyrinchus, ao tubarão raposo Alopias vulpinus e terminando nos inofensivos tubarão frade Cetorhinus maximus e tubarão baleia Rhincodon typus, pintado nos Açores e o recordista em tamanho dos peixes, entre outros. 



Esta foi uma oportunidade para as crianças e adolescentes no Corvo compreender o papel dos tubarões e claro está desmistificar a imagem errónea destes predadores de topo tão importantes para manter o equilíbrio do meio marinho. Mais uma vez o mote é Educar para Preservar. 



No final os alunos elaboraram ainda separadores para livros e chapéus de tubarões, no caso do Jardim de Infância, com a imagem de algumas das espécies em questão.