Nos dias 25 a 29 de Janeiro decorreu na ilha da Madeira um encontro de viveiristas da Macaronésia, contando com participantes dos arquipélagos da Madeira, Açores e Canárias. Este encontro foi organizado pela SPEA Madeira, no âmbito do projecto LIFE Fura-bardos*. Este encontro teve como base a troca de experiências entre os vários viveiristas, relativa à produção de plantas nativas da Floresta Laurissilva.
"Ao longo da semana fora efetuadas diversas visitas, nomeadamente viveiros de produção de plantas, indicando quais seriam os problemas e dificuldades na produção. Muitos pontos positivos foram mencionados, mas a utilização correta de substratos "naturais"e a adaptação das plantas ao exterior antes de serem plantadas nas áreas de intervenção, foram os mais relevantes.
No final da semana foram visitadas algumas das áreas intervencionadas pelo Governo Regional e as áreas devastadas por incêndios em 2010 e em 2012, e aqui foram trocadas experiências sobre as plantações. O mais relevante foi a explicação de uma plantação mais densa, isto porque nestas áreas o principal problema depois dos incêndios é que o solo fica mais exposto e fica mais vulnerável à entrada de espécies invasoras. Assim sendo, e prioritário a plantação de espécies nativas, o mais denso possível para que estas espécies invasoras não entrem com tanta facilidade no local após a plantação.
Foi uma semana de troca de experiências pessoais a nível da produção em viveiro. O próprio acompanhamento da plantação foi muito positivo, já que se verificam nos arquipélagos da Macaronésia problemas muito semelhantes na produção em viveiro e na recuperação da Floresta Laurissilva."
*O fura-bardos é uma ave de rapina diurna própria de ambientes florestais, que preferencialmente apresentem um sub-bosque arbustivo (urzes, azevinhos ou faias). A subespécie granti, restrita à ilha da Madeira e a 5 ilhas do arquipélago de Canárias - Gran Canaria, Tenerife, La Palma, La Gomera e El Hierro - encontra-se listada no Anexo I da Diretiva Aves e a sua conservação é considerada prioritária. Esta subespécie está separada do gavião europeu (Accipiter nisus) por apresentar diferenças morfológicas: o fura-bardos é menor, mais escuro e tem mais manchas longitudinais no peito; e por viver em florestas de Laurissilva.
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